Controle Emocional

Imagine a fortaleza da sua mente sob cerco: lá dentro, um dragão ancestral – sua amígdala – ruge ao perceber qualquer movimento suspeito. Esse dragão cospe chamas de raiva, medo ou pânico antes mesmo de os sentinelas racionais (seu córtex pré frontal) terem tempo de erguer a ponte levadiça e avaliar se há real perigo. O resultado é um incêndio imprevisível que queima pontes emocionais e deixa muros internos em ruínas.

Por que esse cerco acontece? No fundo da caverna, repousam feridas antigas de rejeição, abandono ou humilhação – cicatrizes emocionais que funcionam como ecos, acionando o dragão com uma fúria desproporcional. É ali que moram os esquemas desadaptativos, segundo a terapia do esquema: crenças rígidas como “não sou amado” ou “não mereço respeito” que, ao serem tocadas, transformam qualquer sinal neutro num incêndio devastador. Ao mesmo tempo, distorções cognitivas – o “tudo ou nada” e o “catastrofismo” – agem como pó de pimenta nos olhos do guardião racional, turvando sua visão e retardando sua reação.

Domar esse dragão exige assumir a lança da responsabilidade. Primeiro, aprenda a escutar o rugido: ao sentir o coração disparar e o calor subir, pare imediatamente e respire com intenção – três inspirações profundas são o escudo que apaga as faíscas iniciais. Em seguida, nomeie a fera: mentalmente, diga “isto é raiva” ou “isto é medo”. Dar nome ao monstro reduz seu poder, pois o guardião racional recupera o foco para distinguir chamas reais de reflexos de velhas cicatrizes. Então, investigue a origem do fogo: pergunte-se se o perigo é atual ou uma sombra projetada pela memória dolorosa. Por fim, escolha a ação que reconstrói: em vez de soltar fogo, opte por palavras ou gestos que edifiquem pontes.

Para fixar esse treino, registre cada cerco emocional durante uma semana. Anote o gatilho, a emoção, o pensamento que inflou o incêndio e, sobretudo, como a pausa, a nomeação, a investigação e a escolha alternativa contiveram o dragão. Esse exercício transforma o cavalo selvagem da emoção num aliado obediente ao cavaleiro da razão.

Agora pense: você vai continuar permitido que o dragão interno dite o destino do seu reino ou erguerá sua armadura de responsabilidade para retomar o controle e governar sua própria fortaleza emocional?


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Quem sou

Transformo dores que ninguém vê em decisões que mudam destinos. Atendo quem carrega feridas de rejeição, crises de ansiedade e um vazio existencial que já virou rotina. Aqui, você não vai ouvir o que quer. Vai ouvir o que precisa.